Rua Francisco Nunes, 1224, Testing - Prado Velho, Curitiba/BA
  • (41) 3079-6299
  • (41) 98832-9190
  • (1) 1
  • (1) 1
  • (1) 1

Mais do que prestação de serviços...

Uma parceria!

Despesas de fim de ano exigem planejamento das empresas

Com programação ajustada, companhias podem fugir das armadilhas do aumento de compromissos como 13º salário e férias

Embora gere esperanças pelo aquecimento do consumo, o período de fim de ano traz, também, dores de cabeça para as empresas. O pagamento do 13º salário de funcionários, impostos e os dias parados são dificuldades para as companhias, principalmente àquelas que não se planejaram adequadamente para o aumento das despesas. Para quem não se programou, porém, o cuidado tem de ser redobrado para não cair em armadilhas de financiamento, que, além de comprometerem receitas futuras, não atacam a raiz dos problemas, segundo especialistas.

“Sem planejamento, vai acontecer de novo no ano que vem. É bom que se comece já, se não der tempo para esse ano, que pelo menos dê para o próximo”, argumenta o CEO da Expense Reduction Analysts (ERA), consultoria voltada à redução de custos, Fernando Macedo. As empresas que não se programaram, porém, não podem fugir das despesas. “Não existe como não pagar o 13º, por exemplo. E apelar para bancos para isso é péssimo, pois o custo do dinheiro agora é muito pior para transações a curtíssimo prazo”, continua o consultor.

Até por isso, possíveis soluções, particulares a cada companhia, incluem medidas que evitem a tomada de crédito. Combinar com fornecedores a postergação dos pagamentos ou negociar o adiantamento das receitas de clientes, por exemplo, podem ser opções para os empresários pegos desprevenidos.

O que pode ser um problema, porém, tem, também, o potencial para se transformar em um ganho para as empresas, caso aproveitem o momento para readequarem suas estratégias. O ideal, segundo o consultor João Carlos Natal, do Sebrae-SP, seria conseguir reservar 1/12 da quantia necessária para o pagamento do 13º e de férias todos os meses, inclusive como forma de investir essa parcela em aplicações e utilizar os seus rendimentos caso as expectativas de faturamento da empresa não se confirmem.

“Quem se programa tem o dinheiro guardado, então quando chega o fim do ano está tranquilo, independentemente de a empresa ter vendido mais ou menos, mesmo em um ano ruim”, comenta Natal, destacando que a falta de planejamento e de gestão são duas das principais causas de falências de empresas.

Normalmente, é nessa época do ano, também, que muitos contratos de fornecimento se encerram, dando oportunidade às empresas de reavaliarem seus compromissos antes de renová-los. Em um ano de pouco crescimento e sem previsão de grande retomada até 2016, é hora para as empresas justamente procurarem melhores preços de fornecedores, pressionando os atuais a renegociarem suas parcerias ou buscando novas opções no Brasil ou no exterior, caso necessário, de acordo com o consultor da Parcon, Pedro Parreira.

“O empresário brasileiro ainda é muito ligado à economia de antigamente, quando a empresa fazia os cálculos e determinava o preço dos seus produtos. Hoje, quem fixa o preço é o mercado, e as empresas precisam se preparar para isso”, justifica ele. Outras frentes de atuação envolveriam reorganizar as metas de vendas, com premiações claras aos vendedores, e até mesmo rever opções tributárias, quando possível, para dar maior flexibilidade à empresa na hora de definir o valor de venda de seus produtos.

Redução de custo e capital de giro devem ser valorizados

Grande parte da necessidade de planejamento das empresas durante o ano é conseguir chegar no período de maiores custos com uma boa quantidade de capital de giro, argumentam os consultores. Tendo dinheiro em caixa, é possível antecipar pagamentos com descontos, e negociar a compra de estoque à vista, também com preços melhores, amenizando o impacto das despesas sazonais.

Uma das formas de atingir esse objetivo é inverter a ordem comum aos diagnósticos realizados nas empresas: em vez de se preocupar apenas com o que entra, ou seja, as receitas, passar a atacar também a outra ponta, os custos. Quando a boa fase da economia puxa os negócios, gastos com limpeza, tecnologia da informação, entre outros, podem passar despercebidos, mas quando a situação é desfavorável, podem ser os fiéis da balança, segundo o CEO da ERA, Fernando Macedo.

“Se conseguir revisar algum determinado gasto, você alcança economia de 20% a 30% daquele item”, justifica o consultor. “Não é, porém, deixar de ter aquele gasto, mas que o gasto seja equalizado às suas reais necessidades. Tem que olhar mais qualitativamente, mas você não pode ficar sem limpar a empresa, por exemplo”, diz. Quais os itens e qual o tamanho da redução, porém, dependem do segmento e da organização da empresa, que modificam o escopo de quais são os itens periféricos que ajudam a encarecer o produto final.