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Administração, a nova política e os velhos hábitos

E só é capaz de bem administrar quem é capaz de administrar a si mesmo.

No próximo dia 09 de setembro, a Administração fará o seu 49° aniversário aqui no Brasil. Afinal de contas, o seu marco legal data de 1965, ano em que foi promulgada a Lei que dispõe sobre a nossa profissão, a Lei Federal n° 4.769.

Embora o Dia do Administrador seja todos os dias (assim como o Dia o Amigo, o Dia dos Namorados, dos Pais e das Mães), é no dia 09 de setembro que celebramos mais um ano de uma profissão que reflete a jornada de nossas vidas. Afinal de contas, se a vida é uma questão de escolhas e a Administração nos ensina a tomarmos decisões melhores, logo saber viver é saber administrar-se. E só é capaz de bem administrar quem é capaz de administrar a si mesmo.

Entretanto, mais que uma celebração, o Dia do Administrador é uma ótima oportunidade para refletirmos sobre o papel que desempenhamos nos mais diversos contextos em que estamos inseridos (pessoal, familiar, profissional e social). É o momento de nos questionarmos se as decisões que tomamos, bem como aquelas que ajudamos os outros a tomarem, estão nos tornando pessoas, profissionais e, sobretudo, cidadãos melhores, o que passa pela maneira como contribuímos com a construção de resultados que beneficiarão esta e as próximas gerações. E a questão da nova política tão “vendida” por pessoas ligadas a velhos costumes é um caso concreto do quanto devemos estar atentos às consequências das decisões que tomamos hoje.

Quando analisamos o contexto socioeconômico nacional, percebemos que o Brasil é uma pátria grande cujo principal diferencial está na sua diversidade cultural. Porém, para que possamos nos tornar uma grande pátria, há que mitigarmos diversas mazelas sociais, tais como: distribuição desigual de renda, estagflação, educação, saúde e segurança pública precárias, além da crise de valores que a nossa sociedade vem sofrendo por um modelo de desenvolvimento econômico apoiado no consumo em detrimento da sustentabilidade, o que acaba por gerar resultados de curto prazo em prejuízo do longo prazo, uma vez que privilegia o ter em detrimento do ser.

Um exemplo do exposto acima são as políticas assistencialistas de transferência de renda que mais aprisionam do que libertam o ser humano, visto que dão o peixe e não ensinam, tampouco estimulam a prática da pesca. O resultado dessas políticas sociais nos moldes em que se encontram é a formação de currais eleitorais para grupos mais preocupados com as próximas eleições ao invés da construção de um país competitivo em face de seus pares internacionais. Como consequência, vivemos uma situação em que o país sofre uma pressão inflacionária pelo lado da demanda, enquanto o setor produtivo encontra dificuldades na formação bruta de capital fixo (o FBCF) e, por conseguinte, no aumento de sua capacidade nominal, devido à conjugação da baixa propensão do brasileiro em poupar com o crescimento dos gastos públicos num ritmo superior à capacidade do Estado em gerar receitas e efetividade às suas ações.

Em algumas localidades do país, também convivemos com elementos que remontam à República Velha, como é o caso do coronelismo na Região Nordeste, das milícias no Rio de Janeiro e da atuação de religiosos e falsos profetas por todo o Brasil, mais preocupados em arrebanhar fiéis do que em guiar o ser humano no caminho da verdadeira luz (o conhecimento), livrando-os, assim, da opressão de alguns em detrimento do todo.

Portanto, mais do que se tornar um especialista em Finanças, Recursos Humanos, Logística, Estratégia, Marketing, dentre outras áreas funcionais de uma organização, o papel de um administrador é o de facilitar as relações sociais na busca de resultados que atendam as necessidades de todos hoje e sempre. Em outras palavras, saber administrar é trazer eficiência, eficácia e efetividade à vida de todos. Essa é a nossa missão e o verdadeiro legado que deixaremos para as próximas gerações.

 

Um forte abraço a todos, sobretudo aos colegas de profissão, e fiquem com Deus!