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Vem aí o banco dos Brics

Os cinco países que formam os Brics chegaram a um amplo consenso sobre a criação do banco de desenvolvimento de US$ 100 bilhões, embora algumas diferenças permaneçam, afirmou ontem um diplomata chinês

 Os cinco países que formam os Brics chegaram a um amplo consenso sobre a criação do banco de desenvolvimento de US$ 100 bilhões, embora algumas diferenças permaneçam, afirmou ontem um diplomata chinês. O novo banco vai simbolizar a crescente influência das economias emergentes na arquitetura financeira global, há muito dominada pelos Estados Unidos e pela Europa através do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

Os líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul devem assinar um tratado para lançar oficialmente o banco quando se reunirem em Fortaleza (CE), no dia 15 de julho, logo após a Copa do Mundo. As negociações para criar o banco se arrastam por dois anos, com alguns membros se opondo ao desejo da China de ter uma participação maior no banco, por meio de mais capital. Um funcionário sênior do governo brasileiro havia dito em maio que as cinco nações do Brics estavam abertas a concordar em financiar o banco da mesma forma, dando-lhes os mesmos direitos.

Falando a repórteres antes da cúpula, o vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Li Baodong, disse que estava otimista. "No banco de desenvolvimento dos Brics, todas as partes têm amplo consenso sobre esta questão. Claro que existem algumas diferenças e diferentes pontos de vista sobre questões técnicas", disse Li. "Estamos plenamente confiantes de que podemos chegar a um consenso".

"Neste tipo de problema técnico, os membros devem estabelecer um consenso através de consultas amigáveis", disse Li, referindo-se à emissão de ações do banco. O banco terá de ser ratificado pelos Parlamentos dos países e poderia começar a emprestar em dois anos, segundo informações dadas pelo funcionário brasileiro.

FMI desconfiado - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, sugeriu que a instituição pode estar se preparando para reduzir as projeções de crescimento global. Lagarde alertou que a economia vai melhorar nos próximos 18 meses, mas esse crescimento não será tão rápido como se esperava. Lagarde afirmou que os investimentos públicos foram inesperadamente fracos no início deste ano, embora eles devam melhorar neste segundo semestre e ganhar força em 2015. Os países em desenvolvimento também não cresceram tão rápido quanto se esperava.

Ela também chamou atenção para os EUA. Para Lagarde, a recuperação econômica norte-americana depende da capacidade de o Federal Reserve reduzir gradualmente as medidas de estímulos e de os políticos alcançarem um acordo para um plano fiscal.

O FMI irá atualizar suas projeções de crescimento global neste mês. Em abril, a instituição estimou uma expansão de 3,6% para este ano e de 3,9% para o próximo.