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Incertezas sobre a Copa afetam a confiança dos empresários

Confiança do Comércio caiu 4,4% no trimestre encerrado em maio

 O aprofundamento da queda da confiança do comércio em maio tem a ver não apenas com a atividade mais fraca, mas também com a perspectiva de greves, manifestações e feriados com a chegada da Copa do Mundo, afirmou ontem o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Aloisio Campelo. “Está bem claro que o segundo trimestre apresenta desaceleração. O comércio achava que ia melhorar, mas isso não se verificou. Mas, além disso, as percepções estão influenciadas pela Copa do Mundo”, disse o economista.

No trimestre encerrado em maio, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 4,4% em relação a igual período do ano anterior. Segundo Campelo, parte dos empresários espera uma atividade ainda menos dinâmica durante o período da Copa. Por outro lado, segmentos como móveis e eletrodomésticos, que até então se mantinham mais otimistas tendo no horizonte as vendas em função do Mundial (incluindo televisores), já começam a projetar a demanda para o período pós-evento — o que mostra alguma piora.

“Para a maioria dos setores, parece que a Copa do Mundo e a instabilidade que vem junto contribuem também para certo pessimismo”, afirmou Campelo, alertando que tal percepção pode ser perigosa em tempos de arrefecimento da atividade. “A manutenção do pessimismo pode gerar inércia, prejudicando contratações, colaborando para redução de investimentos e levando a uma desaceleração ainda maior”, ressaltou.

Apesar disso, o economista entende que parte desse efeito é passageiro e deve afetar menos a confiança nos próximos meses. “Tem um aspecto bom que parte pode passar após a Copa, mas isso gera um comportamento empresarial pouco propenso a contratações, levando a uma intensificação da desaceleração”, frisou Campelo.

Em maio, os setores de veículos, motos e de material de construção mostraram os piores desempenhos no Icom. No caso dos automóveis, a queda no índice foi de 18,7% no trimestre até maio ante igual período de 2013. “Os veículos realmente estão numa situação muito ruim. A indústria piorou, mas as vendas também caíram muito em relação ao ano passado. Os bancos estão mais cautelosos (para conceder crédito), os juros estão mais elevados e houve recomposição do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)”, explicou o economista.

Já no varejo restrito, o segmento de vestuário apresentou intensa desaceleração na alta da confiança. Empresas do setor enfrentam uma situação complicada diante dos estoques elevados, lembrou Campelo.

No caso de móveis e eletrodomésticos, o Icom cresceu 6,9% no trimestre encerrado em maio contra igual período do ano passado. A taxa, contudo, é menor do que os 8,3% de alta observados no trimestre até abril, na mesma base. Quem influenciou essa redução no ritmo, de acordo com o economista, foi o índice de expectativas, já que os empresários vislumbram uma demanda menos favorável após a Copa do Mundo.

O setor de hipermercados e supermercados, no entanto, foge à tendência de arrefecimento na confiança. O Icom da categoria subiu 1,5% nos três meses até maio ante igual período do ano passado, acelerando ante a taxa de -1,4% de abril, na mesma base. “Os hipermercados ainda estão bem. Provavelmente eles entendem que boa parte dos consumidores ficará em casa durante a Copa e, assim, consumirá mais dos supermercados”, disse Campelo. “Mesmo com a economia e (o crescimento da) massa salarial desacelerando, o movimento de desaceleração do setor é mais suave, embora em curso”, acrescentou.

Para este ano, Campelo prevê que as vendas do varejo cresçam entre 4% e 4,5%, após terem avançado 4,3% no ano passado (a menor taxa desde 2003). Mesmo assim, ele não descarta revisões baixistas desta previsão, caso resultados mais fracos do varejo sejam divulgados nos próximos meses. No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, o desempenho deve ser ainda mais fraco, com alta de apenas 2,5% neste ano.