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Excesso de pessimismo pode desmotivar a equipe e atrasar os trabalhos
Funcionários que reclamam de projetos da empresa devem avaliar se a crítica é construtiva
Projeto novo, equipe preparada para colocá-lo em execução e colher os resultados. Mas tem alguém que duvida da estratégia adotada e acha que é melhor reavaliar o projeto. Esse é o perfil do pessimista, aquele que encara tudo pelo lado negativo e sempre coloca um empecilho nas atividades.
Pessoas assim costumam ser bastante críticas e não é difícil encontrá-las nas empresas. A psicóloga e coach especializada em gestão empresarial, Gladys Prado, caracteriza o pessimista como uma pessoa que consegue identificar o que não vai dar certo em um projeto.
— Em geral, esse tipo de pessoa se intitula como realista: aquele que vê os riscos reais de uma atitude — explica a especialista.
A desvantagem, contudo, é que ele vê problemas em quase tudo e acaba desmotivando a equipe, além de atrasar o grupo por colocar todos para pensar em soluções a problemas que podem nem existir. Por outro lado, por ponderar o que pode dar errado, a tendência é que o pessimista acerte mais do que o otimista, que pensa que tudo vai dar certo.
Gladys explica que o pessimismo pode surgir em um ambiente de muitas exigências e cobranças. O questionador não é crítico só aos outros, mas também com ele. O medo e a hesitação também pode surgir de alguma situação emocional negativa, como uma grande decepção, que faz com que a pessoa deixe de confiar nos outros.
O psicólogo da RH Gestão de Pessoas, Neandro Perini, ressalta que quando algo dá errado, o pessimista tende colocar a culpa em algum fator externo, sem observar as suas próprias falhas. Esta atitude e a resistência em inovar pode prejudicar a carreira do profissional.
— Por ser pouco aberto às demandas da organização, ele também pode restringir sua possibilidade de crescimento e desenvolvimento profissional — comenta.
Ambiente inovador exige otimismo
Aishameriane Schmidt, gerente de RH da Meritt, startup voltada para tecnologias na área de educação, explica que a empresa em que trabalha é de inovação e risco e, por isso, é importante que os funcionários acreditem que ela vai dar certo.
— Um ambiente de inovação, se todos forem pessimistas, não irá pra frente. Por outro lado, se todos fossem muito otimistas, não teria um foco, iriam querer fazer tudo — comenta.
Ela explica que para alguns funcionários é preciso explicar as tarefas e objetivos com detalhes, para evitar os questionamentos excessivos.
— São pessoas que são melhores tecnicamente, nos detalhes, do que no planejamento — esclarece a gerente.
Para não ser prejudicial à empresa, é importante que a pessoa que se identifique com o perfil de pessimista ou questionador avalie até que ponto as críticas que passa à equipe de trabalho são produtivas.
— Crítica tem que ser construtiva, não destrutiva. A boa crítica é a que vem acompanhada da solução — explica Alfredo Maurício Neto, da Alfa Consultoria empresarial.
De acordo com ele, as pessoas são contratadas por seus conhecimentos, habilidades e atitudes. Proatividade e persistência, ao contrário da desmotivação, são as características valorizadas nas empresa.