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BC vence, e dólar fecha mês praticamente estável

A cotação de fechamento de sexta (R$ 2,028) ficou apenas R$ 0,003 abaixo da registrada no último dia de agosto.

A "banda informal" do governo eliminou praticamente toda a volatilidade do câmbio em setembro. A variação do dólar no mês é uma prova: a queda acumulada de 0,15% foi a menor oscilação mensal para a moeda desde agosto de 2010.

A cotação de fechamento de sexta (R$ 2,028) ficou apenas R$ 0,003 abaixo da registrada no último dia de agosto. Entre a maior cotação de fechamento do mês (R$ 2,043, no dia 4) e a menor (R$ 2,011, no dia 14), a diferença foi de pouco mais de três centavos.

Durante o mês, o BC realizou quatro leilões de "swap cambial reverso", que tem o efeito de uma compra futura de dólares, na tentativa de defender o piso de R$ 2 para a moeda quando a tendência era de baixa além desse patamar.

Para o mercado, está claro que se o dólar fosse realmente flutuante, o real estaria mais valorizado, dado os fundamentos econômicos brasileiros, as oportunidades de retorno financeiro dos ativos locais e a farta liquidez disponível no mundo. Sem as atuações do BC, há quem aponte uma cotação de R$ 1,80 para o dólar.

"A insistência do governo em falar da liquidez criada pelas medidas de estímulo lá fora e que podem causar distorções aqui, além de ameaçar novas medidas para corrigir isso, é um recado para o mercado", disse Carlos Alberto Abdalla, diretor de câmbio da Renova Corretora. "E o recado é: não tentem testar o piso do dólar."

A expectativa do mercado, porém, é de um aumento gradual, ainda que limitado, no fluxo para o país. Apenas nesta semana, há encontros de política monetária no Japão e no Reino Unido. Desses encontros podem sair novas medidas de estímulo e mais liquidez. O mercado também espera maior fluxo por conta da retomada das captações brasileiras no exterior.

Ainda assim, as apostas do mercado são a favor da capacidade do BC para manter o dólar onde quer - com palavras ou ações. "Oscilações como no passado, pode esquecer", diz Abdalla.

Já no mercado de juros, o último dia de negócios na BM&F no terceiro trimestre do ano foi marcado pela sexta queda das taxas em sete sessões, com o predomínio da aversão aos ativos de risco aqui e no exterior. Depois da divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, os investidores concentram o foco agora no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador usado pelo BC para calibrar a política monetária, que o IBGE solta na sexta-feira.