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Pequeno investidor pensa mais em rentabilidade do que em sustentabilidade
No mundo corporativo, as empresas também já estão se mobilizando mais com as questões de sustentabilidade e utilizando como marketing para atrair consumidore
As questões socioambientais estão cada vez mais em pauta nos dias atuais. Aquecimento global, escassez de água, desmatamento e outros termos relacionados ao meio ambiente fazem parte do nosso dia a dia e preocupam grande parte da população.
No mundo corporativo, as empresas também já estão se mobilizando mais com as questões de sustentabilidade e utilizando como marketing para atrair consumidores. Entretanto, este ainda não é um requisito básico para uma decisão de investimentos, segundo especialistas do mercado.
Para o sócio-fundador do Trader Gráfico, Carlos Martins, o pequeno investidor se importa muito mais com o lucro do que com as ações ambientais da empresa, por exemplo. “O pequeno acionista não pode se dar ao luxo de optar por determinada companhia apenas por conta das questões de sustentabilidade. Para ele, o mais importante é ganhar dinheiro”, afirma Martins.
Segundo o profissional, a sustentabilidade pesa nas decisões do consumidor e não do pequeno investidor. “Quem compra aqueles produtos leva a responsabilidade ambiental da empresa em consideração. Agora, os investidores olham mais para o potencial de valorização da empresa”, afirma.
Os analistas da corretora Socopa concordam. “O potencial de resultados e de lucro da empresa ainda são os principais itens observados pelos investidores no momento de optar por ações de determinada companhia”, dizem. “Mas, existe uma tendência de que isso mude e já está mudando”, acreditam.
Índice de sustentabilidade
Pensando nisso, a Bolsa de Valores de São paulo criou, no final de 2005, o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), com objetivo de “medir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, e também atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial brasileiro”, segundo a própria BM&FBovespa.
Atualmente, o ISE conta com 37 empresas “sustentáveis” e seu desempenho tem ficado muito próximo do Ibovespa (principal referencial do mercado acionário brasileiro). De dezembro de 2005, quando foi lançado, até o final de janeiro deste ano, o ISE acumulou valorização de 103%, praticamente igual ao Ibovespa no período (104%).
Para os analistas da Socopa, a tendência é que cada vez mais os investidores se atentem para as questões ligadas à sustentabilidade antes de escolher a empresa na qual pretende investir.
“De uma forma geral, o mercado olha para as empresas que investem em sustentabilidade como companhias mais bem equilibradas e melhor geridas. A sustentabilidade está ligada a uma boa gestão da empresa e muitos acionistas levam isso em consideração”, dizem.