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Jovem, você tem o perfil que a indústria procura?

O perfil de quem trabalha na indústria é muito diferente dos profissionais de outros setores

O perfil de quem trabalha na indústria é muito diferente dos profissionais de outros setores, como no caso do varejo. É compreensível que jovens começando sua vida laboral se sintam atraídos para este setor na busca pelo cobiçado primeiro emprego. Agora, será que estes jovens estão no perfil profissional mais apreciado pela indústria quando há processos de recrutamento e seleção?

As vagas operacionais tem um perfil diferenciado de outros setores, como o varejo ou mesmo um trabalho interno, de escritório, como explica a coordenadora de Recrutamento e Seleção da RH NOSSA, Eliane Catalano: “O trabalho na indústria é repetitivo ao mesmo tempo em que há a cobrança pela qualidade, o fazer bem feito com muita atenção. Existem vagas que são mais técnicas e especializadas na operação, que requer um conhecimento um pouco maior, porém muitas vagas não exigem tanto. Por isso são encarados como um primeiro emprego”.

Essa é a grande questão: muitos candidatos querem trabalhar na indústria, mas é preciso saber se eles estão dentro deste perfil: “ É um trabalho mais cansativo, física e emocionalmente, pela pressão de entrega, que é grande. Será que o candidato dará conta de um trabalho exaustivo, em que muitas vezes permanecer mais tempo em pé? Convenhamos ser bem diferente de uma atividade de escritório, em que ficará mais tempo sentado” levanta a questão Catalano.

Qual o caminho para quem não tem (ainda) experiência?
Um bom exemplo é dado por Fernanda Nápoli de Almeida, coordenadora de RH na Magius Metalúrgica Industrial. A empresa possui três pilares fundamentais no setor produtivo e uma delas é a segurança, se o colaborador vai conseguir trabalhar usando EPIs o dia inteiro, como luvas e botas. O segundo é a qualidade, que é entregar muito bem feito ao cliente que é exigente, e o terceiro é a produtividade individual:

“Internamente, só damos oportunidades para profissionais iniciantes através de programas de aprendizagem. Neste ano de pandemia, mesmo com todos os problemas, tivemos mais de 200 inscritos no nosso processo. Há esta cultura da efetivação do aprendiz, desde que ele concorde com os valores da empresa e desempenhando muito bem suas funções.

Cursos para iniciantes
Uma sugestão da coordenadora de RH da Magius é buscar cursos relacionados de menor duração, como mecânica básica, ferramentaria industrial e processos industriais. A especialista explica que esses cursos profissionalizantes conseguem aproximar o aspirante à um trabalho deste porte com o ambiente industrial:

“Antes de investir em um curso de maior duração e mais caro, esses cursos servem como avaliação para identificar a afinidade do candidato com setor. Pensando que os jovens tentam se candidatar em várias áreas ao mesmo tempo pelo momento da descoberta profissional, esta é uma oportunidade para saber se ele se identifica na área, Se ele se encontrar, daí sim vale investir tempo e dinheiro em outros cursos e buscar esses trabalhos” completa Fernanda.